29 de out. de 2007

La Casserole

La Casserole

Largo do Arouche, 346 -Centro - São Paulo - SP
Fone: (11) 3331-6283



Inaugurado em 1954 por Roger Henry e sua mulher Fortuneé, o La Casserole é uma daquelas experiências únicas. Esqueça o ambiente sofisticado e clean dos restaurantes moderninhos. Lá tudo tem um quê de tradição. As madeiras escuras da decoração, as luminárias, as mesas, até mesmo o barman. Placas de bronze na parede homenageiam os clientes mais fieis. Como exemplo, ficamos em uma mesa que permaneceu em “reserva permanente” por 25 anos para o mesmo cliente, que ali almoçava todos os dias. Difícil imaginar isso, mas certamente fala muito sobre o lugar.
E para manter a tradição a localização é a mesma a mais de 50 anos: No Largo do Aroche, centro antigo de São Paulo, em frente ao mercado de flores.
Ponto importante: Faça reserva. Chegamos inadvertidamente e esperamos 30 minutos por uma mesa. Para aproveitar o tempo, um Bloody Mary serviu de distração e aguçou o paladar para o que viria em seguida.
No cardápio as opções que se espera de um bom francês: pato, cordeiro, perdiz, filé, avestruz e coelho, além dos peixes. Como era minha primeira vez na casa, deixei de lado o experimentalismo. Preferi algo para o qual tivesse alguma referência de comparação.
Comecei com o foie gras. Sabor incrivelmente suave e textura agradável. Confesso que minhas experiências anteriores com a iguaria não tinham sido das melhores. Sempre a comi por insistência. Nada como uma boa experiência para fazer valer as tentativas frustadas.
Como prato principal, a escolha foi o Magret de Canard (peito de pato) com molho de mostarda dijon e mel, bem acompanhado de batata rosti. O molho e o pato casaram perfeitamente. A carne macia levemente rosada no centro derretia na boca. Excelente.
Na sobremesa o petit gâteau parecia escolha sem erro. Errei. O bolinho deixou a desejar pela falta de personalidade do ganache. Pode servir como boa desculpa para voltar lá, para ter certeza que foi apenas um caso isolado.
Destaque, mais uma vez, para a indicação acertada de André Molinari e a companhia de Flávio Elizalde.

Eu recomendo: Foie gras e Magret de Canard.
Vinho: Cotes du Rhone – 2005 – Domaine de Cristia
Vou gastar quanto : 170,00 (vale cada real !)
Onde fica ? Clique e veja no mapa

15 de out. de 2007

SHIN-ZUSHI Restaurante

SHIN-ZUSHI

Rua Afonso de Freitas, 169 - Paraíso - Zona Sul – São Paulo - SP

Uma rápida pesquisa no Google mostra que a cidade de São Paulo tem por volta de 600 restaurantes especializados em culinária japonesa. Natural para a cidade que abriga o maior número de japoneses e seus descendentes no Brasil.
Destacar-se em meio a tantas opções é um desafio. Pois o SHIN-ZUSHI é um exemplo de como fazê-lo.
As surpresas no lugar começam na entrada: Todos os clientes são recebidos pelo pessoal do balcão com uma animada e ruidosa saudação em japonês. A partir daí a imersão cultural é completa. Nossa mesa era a única de não japoneses (ou descendentes). O japonês era língua corrente nos diálogos das mesas ao lado. A garçonete mal entendia o português. Isso decididamente tornou a experiência muito mais marcante.
O cardápio (em japonês claro) tem mais de 100 pratos, que, em sua maioria, confesso não ter visto em nenhum outro restaurante japonês no qual estive.
A pedida foi um tradicional combinado. Mas antes, Torô (atum gordo): Derrete na boca. Simplesmente sensacional. Recomendo fortemente.
Voltando ao combinado, o corte perfeito dos sashimis especialmente frescos, os sushis e nigiris no tamanho certo, são decididamente uma escolha correta.
Como passar do limite é quase certo, finalize com um chá-verde, principalmente se for trabalhar em seguida (foi o meu caso).
Em tempo, uma justa menção e reconhecimento: Conheci o restaurante pela indicação e companhia de André Molinari, um paulista que tem sempre uma excelente indicação da melhor gastronomia de São Paulo.

Eu recomendo: Torô; Temaki de Enguia; Combinado
Vou gastar quanto? R$ 100
Vinho: Não inventa moda. É um restaurante japonês, tome um o saquê quente.
Onde fica? Clique e veja no mapa.

11 de out. de 2007

Oliver Restaurante

Oliver Restaurante

Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2, Lote 2, Brasília Golf Center – Brasília - DF




Após um longo período sem atualizações no blog (não que a vida enogastrocultural estivesse parada, pelo contrário) faço aqui uma justa nota do Oliver Restaurante, em Brasília. A casa do gourmet Carlos Guerra, também fundador da rede de fast-food Giraffas, está em local privilegiado: O Clube de Golfe, que fica às margens do Lago Paranoá, numa construção rústica, perfeitamente integrada ao local.
Primeira dica importante: Vá sem pressa. Nada haver com a velocidade do atendimento ou da cozinha, mas sim por que o local é perfeito para um almoço mais prolongado, o conhecido “power lunch” ou “happy meal”, aquele típico de sexta-feira com o pessoal do trabalho. Melhor ainda para um jantar com os amigos, aliás, o que fiz no último final de semana. Boa conversa, excelente cozinha e música de qualidade. Perfeito.
Na casa, já passei pelas carnes, aves e peixes, mas no último final de semana me ative ao cordeiro. Sou fã da carne de cordeiro e esse estava especial. Excelente escolha.
Uma informação adicional: Recentemente, na carona do sucesso da primeira casa, uma filial foi aberta no setor comercial norte (Espaço Cultural Contemporâneo ECCO). Para quem acha o Clube de Golfe longe é boa opção. Essa ainda está por conferir.

Eu recomendo: Carré de cordeiro grelhado ao molho de vinho com risoto porcini. O sabor marcante do cordeiro com vinho casa perfeitamente com o porcini. equilíbrio perfeito.
Vinho: El Portilho – Merlot 2005
Vou gastar quanto: R$ 80

29 de mai. de 2007

Botequim do Hugo

Botequim do Hugo
Rua Pedroso Alvarenga, 1014 - Itaim Bibi - São Paulo - SP


Boteco

Substantivo masculino
Regionalismo: Brasil.
1) m.q. botequim
2) Uso: informal, pejorativo.
pequena venda tosca onde servem bebidas, algum tira-gosto, fumo, cigarros, balas, alguns artigos de primeira necessidade etc. ger. situada na periferia das cidades ou à beira de estradas; birosca
3) Regionalismo: Bahia. Estatística: pouco usado.
tosca barraca volante montada ao lado dos barracões nas feiras

A definição do dicionário pouco revela sobre a verdadeira essência de um boteco. Na visão de quem freqüenta, boteco é um lugar pequeno sem sofisticação na decoração, mas sempre acolhedor. Tem cerveja absurdamente gelada, acompanhada de um bate-papo com os amigos, sejam eles os antigos ou aqueles recém conquistados no próprio local. Adicionem-se a isso algumas poucas, mas saborosas opções de tira-gosto, que passam ao largo de qualquer noção de alimentação saudável: Linguiçinha, torresminho, pastelzinho, queijinho no palito, empadinha e batatinha frita. Tudo assim, no diminutivo, a famosa comida de boteco.
Boteco que se preza pauta-se pela simpatia do garçom que geralmente é o próprio dono, que se divide entre as funções de consultor sentimental, técnico de futebol, garçom e caixa, e independente de qual seja o assunto tem sempre uma opinião formada sobre ele.
Estabelecida a verdadeira definição de boteco, vamos à indicação: Botequim do Hugo. A começar pela localização, pouco provável para um estabelecimento dessa nobre categoria, é um lugar que merece visita pelos que como eu gostam de um bom boteco. No meio do Itaim, cercado de restaurantes, faz o contraponto com a sofisticação do bairro em plena Zona Sul. As paredes repletas de tranqueiras é uma saudosa visita ao passado: Máquinas de costura, bonequinhos de chumbo, taxímetros, gravadores de rolo, garrafas antigas com seus rótulos originais, projetores de 16mm, máquinas de escrever, rádios a válvula. Tudo isso e muito mais, harmoniosamente amontoado nas prateiras. A cada ida descubro um novo item que me traz sempre uma lembrança feliz.
Poucos botecos cabem tão bem na definição. Não na definição do dicionário, fria e até pejorativa, mas sim na definição calorosa e emocionada de quem como eu é um entusiasta do assunto.
Eu recomendo: Cerveja e Pastel
Vou gastar quanto? R$ 20,00

13 de mai. de 2007

Dom Francisco Restaurante

Dom Francisco - SCES Trecho 4, conjunto 5, Academia de Tênis - Lago Sul - Brasília

Restaurante tradicional em Brasília, de propriedade do chef Francisco Ansiliero, conta com uma das maiores e melhores adegas do Brasil com mais de 20.000 garafas. O caro chefe da casa é indiscutivelmente o bacalhau na brasa, simplesmente maravilhoso. Entretanto, impossível não falar (e comer) da picanha, muito bem guarnecida da famosa farofa de ovo da casa.
Já perdi a conta das vezes que estive no Francisco, me alternando entre esses dois pratos. Entretanto, em minha última visita, aproveitando o festival gastronômico Brasil Sabor, degustei pela primeira vez o feijão-de-santarém. Trazido como entrada no prato do festival, foi servido como uma salada com pirarucu. Esse feijão, bem pequeno e claro, tem um sabor leve e naturalmente amanteigado. A supresa entretanto ficou pela vinda do chef até a mesa. Aproveitei para perguntar sobre a origem do feijão. Segundo ele, esse feijão foi introduzido no Brasil quando 4 generais norte-americanos anistiados na Guerra de Secessão, vieram para terras brasileiras e por aqui estabeleceram-se na região norte. Com eles vieram as primeiras mudas do referido feijão. As primeiras mudas plantadas não vingaram. Em uma das tentativas, observou-se que a planta se adaptou bem quando plantada nas áreas ribeirinhas dos rios Tapajós e Amazonas, na época de baixa do rio. Essa história aconteceu em Santarém-PA.
Confesso que apesar de alguma pesquisa, não consegui validar a história contada por Francisco. De qualquer forma, valeu o bate-papo e mais uma boa história para contar em mesa de confrades da boa gastronomia.
Eu recomendo: Bacalhau na brasa
Vou gastar quanto: R$ 75,00

28 de abr. de 2007

Clo

Clo - Rua Pedroso Alvarenga, 1026 - Itaim Bibi - São Paulo



Restaurante de ar contemporâneo da chef uruguaia Clo Dimet. Ela que já chefiou a cozinha do A Figueira Rubaiyat (ainda por conferir) abriu sua própria casa, onde, como declara Clo no cardápio, encontra-se "Um pouco do gosto que eu gosto".
A decoração é elegante e acolhedora. O cardápio não é extenso, mas na justa medida para contemplar massas, carnes como pato, cordeiro e coelho, peixes e aves. A apresentação dos pratos convida à contemplação, antecipando os sabores que virão.
O atendimento é muito bom, com direito a vinda à mesa da própria chef, preocupada com a qualidade dos pratos e do atendimento.
Um destaque no couvert é o gaspacho, delicado e refrescante que prepara o paladar para o prato principal.
Eu recomendo: Peito de pato na cama de shimeji e pão italiano.
Vinho: Artero Tempranillo 2005
Vou gastar quanto: R$ 80

24 de abr. de 2007

Revistaria D'Amauri

Revistaria D'Amauri - Rua Amauri, 299 - Itaim Bibi - São Paulo
Um oásis de tranquilidade em meio ao caos do dia a dia de São Paulo. Entrar na Livraria D'Amauri é com ser transportado a outro lugar. Um ambiente calmo, sempre ambientado por "lounge music" da melhor qualidade, numa seleção feita pelos atenciosos atendentes do lugar.
Livros, revistas, CD's e DVD importados, CD´s e DVD importados, em uma coleção que é um deleite. É possível passar horas no lugar. Se tivesse um café expresso seria perfeito.
Eu recomendo: Depois do almoço, antes de voltar para o batente.
Vou gastar quanto? Depende da compulsão de cada um. Eu não consigo deixar menos de R$ 40 (tem sempre um CD ou revista para levar!)

21 de abr. de 2007

Hamburguinho

Hamburguinho - Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2883 - Jardim Paulista - São Paulo
Nem só de comida e restaurantes sofisticados e sobreviverá o homem. Um lugar simples com uma boa comida também tem seu valor.
Assim é o Hamburguinho, lanchonete/hamburgueria com mais de 30 anos na Faria Lima. Quase na esquina da Rua Amauri, seu ambiente contrasta com os restaurantes elegantes da Amauri. Apesar disso, não é difícil encontrar ali executivos engravatados apertando-se, no grande balcão do estabelecimento, com outros clientes bem menos abastados. Enfim, um ambiente democrático.
A especilialidade, claro, são os sanduíches de frango, filé e lombinho muito bem acompanhados pela necessária batata frita.
Ainda é possível apreciar os beirutes (sanduíches em pão sírio) e os chamados "pratinhos", que nada mais são que o bom e velho PF.
Comida e preços honestos, com o "charme" que só a tradição dá.
Eu recomendo: Beirute de filé. Colegial de flocos (no copo para viagem!).
Vou gastar quanto? R$ 25,00

16 de abr. de 2007

Mezzogiorno

Mezzogiorno (Italianinho) - Rua Peruíbe, 29 - Jardim Europa - São Paulo - SP
Nem tente chamá-lo pelo nome. Todos o conhecem como o "italianinho".
Um bom restaurante para o almoço durante a semana. Muito bem localizado, é o único restaurante da Rua Peruíbe, que fica logo atrás da Rua Amauri (conhecida pelo restaurantes absurdamente caros).
Uma cantina pequena, com atendimento nota 10. No horário do almoço está sempre lotado, mas nem por isso o atendimento é prejudicado.
O cardápio especializado em massas e risotos permite a combinação desses com grelhados. Para os infelizes da dieta, há também saladas bem "coloridas", que se deixam acompanhar pelos mesmos grelhados.
O suco de tangerina e a bruscheta são acompanhamentos necessários a qualquer prato.
Eu recomendo: Risoto de rúcula com lascas de bracciola acompanhado de medalhão.
Vou gastar quanto? R$ 35

13 de abr. de 2007

Cafeera


Cafeera - R. Pedroso Alvarenga - Itaim Bibi - São Paulo - SP
Cafeteria situada na zona sul da São Paulo, no simpático Itaim Bibi.
Ao entrar no local o visitante é recebido pelos aromas do café recém moido. É um lugar para se ir sem pressa.
Desde o simples espresso (assim mesmo, com "s") até os shakes com café, sorvetes e chás, tudo é um convite ao relaxamento. Sofás confortáveis, jornais do dia revistas fazem a experiência ainda mais agradável. A música de fundo (jazz, lounge, bossa) quebram o ritmo acelerado do dia.
Eu recomendo: Chocolate Quente. Simples assim já é maravilhoso. A xícara é inteiramente recoberta por chocolate meio amargo, que em contato com o chocolate líquido quente, derrete lentamente, misturando-se à bebida. A espuma de leite com uma pitada de chocolate em pó por cima coroam essa delícia.
Vou gastar quanto?
R$ 15,00
Visite: http://http://www.cafeera.com.br/
No site há uma longa e interessante justificativa sobre o "espresso" com S.




Valentina Pizzaria

Valentina Pizzaria - 214 Norte - Brasília - DF
Pizzaria inaugurada no final de 2006. Tem cardápio de respeito com a proposta de "Pizza Gourmet" sendo o carro chefe da casa. Ingredientes refinados tais como shimeji, presunto parma, lascas de parmesão, javali são o ponto de partida para a experiência que se segue. E fundamental, massa bem fininha.
Ambiente agradável, atendimento de primeira.
Os fornos localizados no meio da casa permitem acompanhar a movimentação dos pizzaiolos.
Entretanto, falta ainda à pizza uma personalidade, aquele toque a mais que a fará digna de ser sempre lembrada na saída do cinema, quando da clássica pergunta "E aí, Pizza?". Pizza que se preze pede apenas um bom azeite. A do Valentina pede algo mais.
Eu recomendo: Pizza de linguiça de javali. Sabor marcante e diferente.
Vou gastar quanto? R$ 35,00

12 de abr. de 2007

Apresentação

Muito bem, enogastrocultural não é o neologismo mais bonito que já se viu. Entretanto, resume a proposta. Então, com a devida licença linguística, está no ar um blog dedicado às coisas boas (e publicáveis) da vida: Vinho, boa comida e cultura.
A contribuição dos amigos é fundamental: dicas de vinho, receitas inovadoras (só vale as testadas), dicas culturais (filmes, livros, lugares, restaurantes...).
Seja bem vindo!