13 de dez. de 2009

Hitam Restaurante


Hitam Restaurante
Endereço: Rua Áurea, 333 - Vila Mariana - São Paulo - SP
Telefone: (11) 5082-4589

 
Em São Paulo, almoçar fora aos domingos é um desafio. Filas de esperas intermináveis fazem parte da rotina do paulistano. Este último domingo não foi uma exceção. Após a experiência frustrante de tentar ir aos restaurantes de sempre e me deparar com as referidas filas, saí sem rumo pelas ruas da Vila Marina. Numa delas, chamou-me a atenção um restaurante, instalado em uma pequena casa, na Rua Áurea:  Hitam (bem estar em sânscrito, pelo que pude aprender na breve descrição constante no cardápio). Uma bela descoberta.
A cozinha é contemporânea/fusion com inspiração tailandesa, indiana e toques da culinária brasileira. O ambiente intimista tem dois ambientes: a varanda (para ver o movimento preguiçoso da rua no domingo) e o quintal  (apesar do dia chuvoso, a cobertura envidraçada do quintal permitia uma atmosfera naturalmente iluminada arejada).
No cardápio opções de peixes, frutos do mar, aves e porco. Tudo servido em bowls. Experimentei o badejo em molho de moqueca. Como bom filho de baiana, sou crítico com tudo que carrega o nome “moqueca”. Aprovado! Tempero suave, pouco puxado nos condimentos. Pequenos pedaços de côco. Acompanhou o arroz bastami. Aproveitei para beliscar os demais pratos que também vieram à mesa, o camarão picante com ervilhas tortas e lombo agridoce ao chutney de manga. Tudo muito bom.
Vale também experimentar na entrada o trio cestinha crocantes, um mix delicioso de pequenas cestas abertas de massa incrivelmente fina e recheios variados (shitake com alho poro, camarão com abóbora e pupunha).
Detalhe, o restaurante é também uma galeria. Aas peças que compõem a decoração estão à venda. Para quem gosta, dá para unir a fome com a vontade de comprar.
 Vou gastar quanto: R$ 50,00

29 de out. de 2007

La Casserole

La Casserole

Largo do Arouche, 346 -Centro - São Paulo - SP
Fone: (11) 3331-6283



Inaugurado em 1954 por Roger Henry e sua mulher Fortuneé, o La Casserole é uma daquelas experiências únicas. Esqueça o ambiente sofisticado e clean dos restaurantes moderninhos. Lá tudo tem um quê de tradição. As madeiras escuras da decoração, as luminárias, as mesas, até mesmo o barman. Placas de bronze na parede homenageiam os clientes mais fieis. Como exemplo, ficamos em uma mesa que permaneceu em “reserva permanente” por 25 anos para o mesmo cliente, que ali almoçava todos os dias. Difícil imaginar isso, mas certamente fala muito sobre o lugar.
E para manter a tradição a localização é a mesma a mais de 50 anos: No Largo do Aroche, centro antigo de São Paulo, em frente ao mercado de flores.
Ponto importante: Faça reserva. Chegamos inadvertidamente e esperamos 30 minutos por uma mesa. Para aproveitar o tempo, um Bloody Mary serviu de distração e aguçou o paladar para o que viria em seguida.
No cardápio as opções que se espera de um bom francês: pato, cordeiro, perdiz, filé, avestruz e coelho, além dos peixes. Como era minha primeira vez na casa, deixei de lado o experimentalismo. Preferi algo para o qual tivesse alguma referência de comparação.
Comecei com o foie gras. Sabor incrivelmente suave e textura agradável. Confesso que minhas experiências anteriores com a iguaria não tinham sido das melhores. Sempre a comi por insistência. Nada como uma boa experiência para fazer valer as tentativas frustadas.
Como prato principal, a escolha foi o Magret de Canard (peito de pato) com molho de mostarda dijon e mel, bem acompanhado de batata rosti. O molho e o pato casaram perfeitamente. A carne macia levemente rosada no centro derretia na boca. Excelente.
Na sobremesa o petit gâteau parecia escolha sem erro. Errei. O bolinho deixou a desejar pela falta de personalidade do ganache. Pode servir como boa desculpa para voltar lá, para ter certeza que foi apenas um caso isolado.
Destaque, mais uma vez, para a indicação acertada de André Molinari e a companhia de Flávio Elizalde.

Eu recomendo: Foie gras e Magret de Canard.
Vinho: Cotes du Rhone – 2005 – Domaine de Cristia
Vou gastar quanto : 170,00 (vale cada real !)
Onde fica ? Clique e veja no mapa

15 de out. de 2007

SHIN-ZUSHI Restaurante

SHIN-ZUSHI

Rua Afonso de Freitas, 169 - Paraíso - Zona Sul – São Paulo - SP

Uma rápida pesquisa no Google mostra que a cidade de São Paulo tem por volta de 600 restaurantes especializados em culinária japonesa. Natural para a cidade que abriga o maior número de japoneses e seus descendentes no Brasil.
Destacar-se em meio a tantas opções é um desafio. Pois o SHIN-ZUSHI é um exemplo de como fazê-lo.
As surpresas no lugar começam na entrada: Todos os clientes são recebidos pelo pessoal do balcão com uma animada e ruidosa saudação em japonês. A partir daí a imersão cultural é completa. Nossa mesa era a única de não japoneses (ou descendentes). O japonês era língua corrente nos diálogos das mesas ao lado. A garçonete mal entendia o português. Isso decididamente tornou a experiência muito mais marcante.
O cardápio (em japonês claro) tem mais de 100 pratos, que, em sua maioria, confesso não ter visto em nenhum outro restaurante japonês no qual estive.
A pedida foi um tradicional combinado. Mas antes, Torô (atum gordo): Derrete na boca. Simplesmente sensacional. Recomendo fortemente.
Voltando ao combinado, o corte perfeito dos sashimis especialmente frescos, os sushis e nigiris no tamanho certo, são decididamente uma escolha correta.
Como passar do limite é quase certo, finalize com um chá-verde, principalmente se for trabalhar em seguida (foi o meu caso).
Em tempo, uma justa menção e reconhecimento: Conheci o restaurante pela indicação e companhia de André Molinari, um paulista que tem sempre uma excelente indicação da melhor gastronomia de São Paulo.

Eu recomendo: Torô; Temaki de Enguia; Combinado
Vou gastar quanto? R$ 100
Vinho: Não inventa moda. É um restaurante japonês, tome um o saquê quente.
Onde fica? Clique e veja no mapa.

11 de out. de 2007

Oliver Restaurante

Oliver Restaurante

Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2, Lote 2, Brasília Golf Center – Brasília - DF




Após um longo período sem atualizações no blog (não que a vida enogastrocultural estivesse parada, pelo contrário) faço aqui uma justa nota do Oliver Restaurante, em Brasília. A casa do gourmet Carlos Guerra, também fundador da rede de fast-food Giraffas, está em local privilegiado: O Clube de Golfe, que fica às margens do Lago Paranoá, numa construção rústica, perfeitamente integrada ao local.
Primeira dica importante: Vá sem pressa. Nada haver com a velocidade do atendimento ou da cozinha, mas sim por que o local é perfeito para um almoço mais prolongado, o conhecido “power lunch” ou “happy meal”, aquele típico de sexta-feira com o pessoal do trabalho. Melhor ainda para um jantar com os amigos, aliás, o que fiz no último final de semana. Boa conversa, excelente cozinha e música de qualidade. Perfeito.
Na casa, já passei pelas carnes, aves e peixes, mas no último final de semana me ative ao cordeiro. Sou fã da carne de cordeiro e esse estava especial. Excelente escolha.
Uma informação adicional: Recentemente, na carona do sucesso da primeira casa, uma filial foi aberta no setor comercial norte (Espaço Cultural Contemporâneo ECCO). Para quem acha o Clube de Golfe longe é boa opção. Essa ainda está por conferir.

Eu recomendo: Carré de cordeiro grelhado ao molho de vinho com risoto porcini. O sabor marcante do cordeiro com vinho casa perfeitamente com o porcini. equilíbrio perfeito.
Vinho: El Portilho – Merlot 2005
Vou gastar quanto: R$ 80

29 de mai. de 2007

Botequim do Hugo

Botequim do Hugo
Rua Pedroso Alvarenga, 1014 - Itaim Bibi - São Paulo - SP


Boteco

Substantivo masculino
Regionalismo: Brasil.
1) m.q. botequim
2) Uso: informal, pejorativo.
pequena venda tosca onde servem bebidas, algum tira-gosto, fumo, cigarros, balas, alguns artigos de primeira necessidade etc. ger. situada na periferia das cidades ou à beira de estradas; birosca
3) Regionalismo: Bahia. Estatística: pouco usado.
tosca barraca volante montada ao lado dos barracões nas feiras

A definição do dicionário pouco revela sobre a verdadeira essência de um boteco. Na visão de quem freqüenta, boteco é um lugar pequeno sem sofisticação na decoração, mas sempre acolhedor. Tem cerveja absurdamente gelada, acompanhada de um bate-papo com os amigos, sejam eles os antigos ou aqueles recém conquistados no próprio local. Adicionem-se a isso algumas poucas, mas saborosas opções de tira-gosto, que passam ao largo de qualquer noção de alimentação saudável: Linguiçinha, torresminho, pastelzinho, queijinho no palito, empadinha e batatinha frita. Tudo assim, no diminutivo, a famosa comida de boteco.
Boteco que se preza pauta-se pela simpatia do garçom que geralmente é o próprio dono, que se divide entre as funções de consultor sentimental, técnico de futebol, garçom e caixa, e independente de qual seja o assunto tem sempre uma opinião formada sobre ele.
Estabelecida a verdadeira definição de boteco, vamos à indicação: Botequim do Hugo. A começar pela localização, pouco provável para um estabelecimento dessa nobre categoria, é um lugar que merece visita pelos que como eu gostam de um bom boteco. No meio do Itaim, cercado de restaurantes, faz o contraponto com a sofisticação do bairro em plena Zona Sul. As paredes repletas de tranqueiras é uma saudosa visita ao passado: Máquinas de costura, bonequinhos de chumbo, taxímetros, gravadores de rolo, garrafas antigas com seus rótulos originais, projetores de 16mm, máquinas de escrever, rádios a válvula. Tudo isso e muito mais, harmoniosamente amontoado nas prateiras. A cada ida descubro um novo item que me traz sempre uma lembrança feliz.
Poucos botecos cabem tão bem na definição. Não na definição do dicionário, fria e até pejorativa, mas sim na definição calorosa e emocionada de quem como eu é um entusiasta do assunto.
Eu recomendo: Cerveja e Pastel
Vou gastar quanto? R$ 20,00

13 de mai. de 2007

Dom Francisco Restaurante

Dom Francisco - SCES Trecho 4, conjunto 5, Academia de Tênis - Lago Sul - Brasília

Restaurante tradicional em Brasília, de propriedade do chef Francisco Ansiliero, conta com uma das maiores e melhores adegas do Brasil com mais de 20.000 garafas. O caro chefe da casa é indiscutivelmente o bacalhau na brasa, simplesmente maravilhoso. Entretanto, impossível não falar (e comer) da picanha, muito bem guarnecida da famosa farofa de ovo da casa.
Já perdi a conta das vezes que estive no Francisco, me alternando entre esses dois pratos. Entretanto, em minha última visita, aproveitando o festival gastronômico Brasil Sabor, degustei pela primeira vez o feijão-de-santarém. Trazido como entrada no prato do festival, foi servido como uma salada com pirarucu. Esse feijão, bem pequeno e claro, tem um sabor leve e naturalmente amanteigado. A supresa entretanto ficou pela vinda do chef até a mesa. Aproveitei para perguntar sobre a origem do feijão. Segundo ele, esse feijão foi introduzido no Brasil quando 4 generais norte-americanos anistiados na Guerra de Secessão, vieram para terras brasileiras e por aqui estabeleceram-se na região norte. Com eles vieram as primeiras mudas do referido feijão. As primeiras mudas plantadas não vingaram. Em uma das tentativas, observou-se que a planta se adaptou bem quando plantada nas áreas ribeirinhas dos rios Tapajós e Amazonas, na época de baixa do rio. Essa história aconteceu em Santarém-PA.
Confesso que apesar de alguma pesquisa, não consegui validar a história contada por Francisco. De qualquer forma, valeu o bate-papo e mais uma boa história para contar em mesa de confrades da boa gastronomia.
Eu recomendo: Bacalhau na brasa
Vou gastar quanto: R$ 75,00

28 de abr. de 2007

Clo

Clo - Rua Pedroso Alvarenga, 1026 - Itaim Bibi - São Paulo



Restaurante de ar contemporâneo da chef uruguaia Clo Dimet. Ela que já chefiou a cozinha do A Figueira Rubaiyat (ainda por conferir) abriu sua própria casa, onde, como declara Clo no cardápio, encontra-se "Um pouco do gosto que eu gosto".
A decoração é elegante e acolhedora. O cardápio não é extenso, mas na justa medida para contemplar massas, carnes como pato, cordeiro e coelho, peixes e aves. A apresentação dos pratos convida à contemplação, antecipando os sabores que virão.
O atendimento é muito bom, com direito a vinda à mesa da própria chef, preocupada com a qualidade dos pratos e do atendimento.
Um destaque no couvert é o gaspacho, delicado e refrescante que prepara o paladar para o prato principal.
Eu recomendo: Peito de pato na cama de shimeji e pão italiano.
Vinho: Artero Tempranillo 2005
Vou gastar quanto: R$ 80