29 de mai. de 2007

Botequim do Hugo

Botequim do Hugo
Rua Pedroso Alvarenga, 1014 - Itaim Bibi - São Paulo - SP


Boteco

Substantivo masculino
Regionalismo: Brasil.
1) m.q. botequim
2) Uso: informal, pejorativo.
pequena venda tosca onde servem bebidas, algum tira-gosto, fumo, cigarros, balas, alguns artigos de primeira necessidade etc. ger. situada na periferia das cidades ou à beira de estradas; birosca
3) Regionalismo: Bahia. Estatística: pouco usado.
tosca barraca volante montada ao lado dos barracões nas feiras

A definição do dicionário pouco revela sobre a verdadeira essência de um boteco. Na visão de quem freqüenta, boteco é um lugar pequeno sem sofisticação na decoração, mas sempre acolhedor. Tem cerveja absurdamente gelada, acompanhada de um bate-papo com os amigos, sejam eles os antigos ou aqueles recém conquistados no próprio local. Adicionem-se a isso algumas poucas, mas saborosas opções de tira-gosto, que passam ao largo de qualquer noção de alimentação saudável: Linguiçinha, torresminho, pastelzinho, queijinho no palito, empadinha e batatinha frita. Tudo assim, no diminutivo, a famosa comida de boteco.
Boteco que se preza pauta-se pela simpatia do garçom que geralmente é o próprio dono, que se divide entre as funções de consultor sentimental, técnico de futebol, garçom e caixa, e independente de qual seja o assunto tem sempre uma opinião formada sobre ele.
Estabelecida a verdadeira definição de boteco, vamos à indicação: Botequim do Hugo. A começar pela localização, pouco provável para um estabelecimento dessa nobre categoria, é um lugar que merece visita pelos que como eu gostam de um bom boteco. No meio do Itaim, cercado de restaurantes, faz o contraponto com a sofisticação do bairro em plena Zona Sul. As paredes repletas de tranqueiras é uma saudosa visita ao passado: Máquinas de costura, bonequinhos de chumbo, taxímetros, gravadores de rolo, garrafas antigas com seus rótulos originais, projetores de 16mm, máquinas de escrever, rádios a válvula. Tudo isso e muito mais, harmoniosamente amontoado nas prateiras. A cada ida descubro um novo item que me traz sempre uma lembrança feliz.
Poucos botecos cabem tão bem na definição. Não na definição do dicionário, fria e até pejorativa, mas sim na definição calorosa e emocionada de quem como eu é um entusiasta do assunto.
Eu recomendo: Cerveja e Pastel
Vou gastar quanto? R$ 20,00

13 de mai. de 2007

Dom Francisco Restaurante

Dom Francisco - SCES Trecho 4, conjunto 5, Academia de Tênis - Lago Sul - Brasília

Restaurante tradicional em Brasília, de propriedade do chef Francisco Ansiliero, conta com uma das maiores e melhores adegas do Brasil com mais de 20.000 garafas. O caro chefe da casa é indiscutivelmente o bacalhau na brasa, simplesmente maravilhoso. Entretanto, impossível não falar (e comer) da picanha, muito bem guarnecida da famosa farofa de ovo da casa.
Já perdi a conta das vezes que estive no Francisco, me alternando entre esses dois pratos. Entretanto, em minha última visita, aproveitando o festival gastronômico Brasil Sabor, degustei pela primeira vez o feijão-de-santarém. Trazido como entrada no prato do festival, foi servido como uma salada com pirarucu. Esse feijão, bem pequeno e claro, tem um sabor leve e naturalmente amanteigado. A supresa entretanto ficou pela vinda do chef até a mesa. Aproveitei para perguntar sobre a origem do feijão. Segundo ele, esse feijão foi introduzido no Brasil quando 4 generais norte-americanos anistiados na Guerra de Secessão, vieram para terras brasileiras e por aqui estabeleceram-se na região norte. Com eles vieram as primeiras mudas do referido feijão. As primeiras mudas plantadas não vingaram. Em uma das tentativas, observou-se que a planta se adaptou bem quando plantada nas áreas ribeirinhas dos rios Tapajós e Amazonas, na época de baixa do rio. Essa história aconteceu em Santarém-PA.
Confesso que apesar de alguma pesquisa, não consegui validar a história contada por Francisco. De qualquer forma, valeu o bate-papo e mais uma boa história para contar em mesa de confrades da boa gastronomia.
Eu recomendo: Bacalhau na brasa
Vou gastar quanto: R$ 75,00